sábado, 30 de outubro de 2010

O silêncio é de ouro (uma resposta)


Esse texto é uma resposta ao texto do link abaixo:

Sou estudante de nutrição e desde criança frequento consultórios de nutricionistas, por isso, não poderia ter ficado menos ofendida com o texto do link. Se tem uma coisa que todo mundo deveria saber é a usar as palavras com cuidado. Nunca critique aquilo que não conhece e nesse caso, meu filho, você fez um comentário infeliz que mostra uma ignorância tremenda de toda a ciência nutricional. Se houver algum artigo ou livro que comprove seus argumentos, por favor me mande a referencia bibliográfica , porque faço questão de ler. Me desculpa, mas, nesse caso, você perdeu uma ótima oportunidade de ficar calado.
Já está mais do que comprovada a importância de uma alimentação saudável para manutenção da homeostase corporal e da saúde como um todo, se você não souber disso, assista globo repórter, a linguagem deles é bem didática e se tiver duvidas eu desenho umas maçãzinhas e coloco uma carinha feliz do lado, pra colar na porta da sua geladeira.  Ao contrário do que a maioria pensa, a dieta ou plano alimentar não é, necessariamente restritiva, pelo contrário somos orientados a seguir 4 leis: quantidade, qualidade, harmonia e ADEQUAÇÃO. Essa última, caso você não saiba, determina que a alimentação deve se adequar às necessidade nutricionais do indivíduo e atender às condições sócio- econômicas, psicológicas e culturais do mesmo.  Sendo assim, tanto pessoas eutróficas, quanto as classificadas em risco nutricional (ou seja com baixo ou excesso de peso) devem ter uma alimentação equilibrada e condizente com suas possibilidades e particularidades.
Reeducação (ou em muitos casos educação) alimentar não é sinônimo de sofrimento, acontece que toda mudança requer esforços  e nesse tocante não poderia ser diferente. A nutricionista está ali para orientar e para ouvir, sendo assim você pode argumentar com ela ou pedir que modifique algo que não lhe agrada na dieta. Além do que, existe uma coisinha chamada lista de equivalentes, que permite a troca de um alimento por outro (do mesmo grupo é óbvio) que lhe agrade mais. Agora o que a gente não faz é ler pensamento, então não adianta ficar lá sorrindo calado e depois escrever besteiras revoltadas para aliviar.
 E mais uma coisa, eu entendo muitíssimo bem o que é precisar de disciplina na alimentação, se você tem que acordar para comer , eu acordo para aplicar insulina... e daí? Get over it! Não podemos mudar nossa genética, mas aquilo que você é resulta não somente do genótipo como, também, do fenótipo. Dessa forma sua postura ante o meio é determinante. Sei que fazer dietas é um saco, disciplina é um saco, mudança é um saco. Mas não escolhemos aquilo que somos. Eu, certamente, jamais escolheria ter diabetes tipo 1, não gosto de crises de hipoglicemia no meio da noite, não gosto de medir a glicemia 4 vezes por dia, odeio ter que fazer contagem de carboidratos e, mais ainda, aplicar 4 a 5 injeções de insulina diariamente. Mas, adivinha só, uma nutricionista me acompanha desde criança, ela me mostrou que isso não é o fim do mundo, ela me orientou quando eu estava lá chorando aos 11 anos de idade. Então, por favor, não diga “organização mafiosa com preguiça de trabalhar”, não critique o que você não conhece. ‘A palavra é de prata, o silêncio é de ouro’.
OBS: Pedro Victor, não é nada pessoal. Minha amiga me mandou o link do seu texto e só depois fui ver que você havia escrito. (Por coincidência eu estudei com o autor do texto kkk).

 

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Mudar o mundo

Hoje 2 meses de blog!
=D

É impressionante como um acontecimento, isolado ou não, tem a capacidade de nos abalar. Hoje, ‘laizando’ por aí, nessa minha eterna mania de observar demais, pensar demais e sentir demais, acabei deparando com uma situação que me incomodou bastante. Saí apressada depois do almoço, já atrasada para a faculdade e fui, meio correndo, meio andando, para o ponto perto de casa. A alguns metros pude ver que havia lá sentado um homem maltrapilho, com seu saco de pertences ao lado. Na hora meu coração subiu pela boca, na mochila estava minha vida: notebook, celular, anotações, maquiagem (kk), enfim, meus bens mais valiosos. No mesmo momento em que o que o vi, parei de andar, pensei um segundo e desviei para a esquina a alguns metros do ponto, de onde poderia ver o ônibus e o homem ao mesmo tempo. Observando- o de longe vi uma expressão cansada, triste... ele nem me olhava, ficava cabisbaixo, imóvel. Não consegui não me sentir culpada com a cena. Me angustiava pensar que ele vira que não fui lá por causa dele, me matava ser eu a burguesinha que julgara logo de cara, mas o que mais me incomodou mesmo foi perceber que querendo ou não, minha atitude era a mais prudente.
Agora, me pergunto: que mundo é esse em que tudo se teme, tudo se condena? Porque tanta discrepância? Não pode estar certo! Minha vontade era ir lá, sentar do lado dele e conversar... queria conseguir dizer: eu te dou atenção, consigo te enxergar como o ser humano que é. Mas não me movi. Não sei descrever o que senti... dava repulsa de mim, repulsa do mundo... ninguém jamais deveria ser sujeitado àquilo. E eu que sempre me senti tão humanitária, nem exitei em julgar e condenar... pela primeira vez me vi como membro da corja que me cerca. Enquanto eu refletia, o homem se levantou, pegou a bengala (que eu nem tinha visto), seu saco e saiu mancando. Ver aquele homem sujo, maltrapilho, quase descalço, mancando com um saco preto nas mãos em contraste com uma praça linda, cercada de casas perfeitas, simplesmente me matou. Doeu ver minha impotência e comodismo, fiquei envergonhada.
Depois da aula, já nem me lembrava da cena anterior. Havia seguido minha  vidinha, como todo mundo faz. Dentro do ônibus lotado, seguia tranquila cantarolando uma música qualquer que ouvia nos meus fones, foi então que mais uma vez vi algo que me abalou. Presenciei, a meio metro de mim, a dificuldade para se segurar de um senhor cuja cadeira de rodas ia para frente e para trás com o sacolejar do ônibus.   A mulher ao lado dele falava: coloque o freio... mas a cadeira não tinha freio. Eu não sabia o que fazia, será que ninguém estava vendo? Acontece que eu estava. Eu assistira a cena toda. Eu ficara parada. Me aliviou quando o senhor finalmente se prendeu, mas me deu um nó na garganta não ter como ajudar.
Desci no meu ponto com descrença absoluta de mim, da sociedade e do mundo. ‘Nunca vai mudar’, pensava, ‘ninguém tem força para isso!’ Chegando em casa, quando ia abrir o portão, vi subindo o muro, com a maior dificuldade, uma formiga minúscula, carregando um folha gigantesca. Parei, observei eeee... pisei na formiga!!!!! (kkk, claro que não né gente! Brincadeira.. só pra descontrair). Então, parei, observei e achei graça da formiga. Um caos total em volta e ela lá, carregando a folhinha com a maior seriedade do mundo. Continuei olhando e foi então que percebi: a formiga é que está certa nessa história. O trabalho dela, a parte dela, ela faz com primor. Se nesse formigueiro de gente, cada um fizesse seu papel, certamente as coisas começariam a mudar. Aquela formiga me mostrou uma coisa: eu posso sim mudar o mundo, não o seu, não o dos outros, mas pelo menos o meu!

“Se quer mudar o mundo, comece no quarteirão.”

sábado, 23 de outubro de 2010

Substituível

E foi tamanha a convicção com que me disseram:
Ninguém é insubstituível....
Que juro ter tentado acreditar.
O problema é que não se acha o mesmo cheiro
Ou o mesmo sorriso
E cá concluo eu: ninguém é substituível também.

Posso trocar, sei bem...
Outra pessoa, mesmo papel.
Mas não...
E vou indo boicotando as buscas...
Acho defeitos , crio desculpas e sigo sem ocupar o lugar...
E me dizem minhas amigas:
Tola que tu és, o diferente pode até ser melhor...
Mas tolas sois vós, porque disso eu sempre soube.

Poderia achar outro,
Mais bonito, quem sabe...
Mais inteligente, porque não...?
Mais romântico, tomara!
E vai gostar de mim,
E sentir minha falta,
E clamar por me ouvir,
E vai me olhar nos olhos,
Me dizer que bom você aqui...
Mas no fundo terá de todos o maior dos defeitos...
Jamais será esse que me tira o sono.


            E num mundo de efemeridades, nos acostumamos ao descartável e passageiro. Tudo é substituível, se não mais presta, basta jogar fora. Mas nessa dinâmica meio controvertida, nos esquecemos de que pessoas não são objetos. Cada um, com seus defeitos e qualidades, é exemplar único de si. Não se substitui um amigo ou namorado, é impossível ocupar completamente o lugar de uma pessoa. O novo que chega pode sim ser ‘melhor’, mas não melhor que o outro e sim para você e suas novas necessidades.
            Pode parecer paradoxo, e provavelmente é, mas ao mesmo tempo que únicos, não somos estáticos, mudamos o tempo inteiro: mudam os quereres, mudam as necessidades, muda o corpo, muda o pensar... mas a essência, aquela individualidade que encanta, essa raramente se modifica. Substituir pessoas é impossível, tenha em mente que o mesmo papel pode ser bem exercido por inúmeros indivíduos diferentes, mas cada qual o fará a seu modo.
            Ninguém é substituível e ninguém é insubstituível. O que acontece é uma mudança, não do objeto, mas do observador. Você cansa daquela dinâmica ou estaticidade e busca algo novo. Só não tente encontrar no novo exatamente o que havia no antigo, ninguém é igual a ninguém. Portanto, não parta sem a certeza de já não ter exatamente aquilo que procura... o caminho de volta nem sempre existe.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

“Alguns arrepios, adicione novidade... quase lá” -.-

                 Confesso que me rendo vez ou outra às futilidades das revistas femininas. Não que siga passo a passo os ‘planos para uma barriga chapada’ ou os  ’10 mandamentos da mulher fatal’... leio mais como passa tempo ou, sei lá, descanso mental (porque, convenhamos, a grande maioria das reportagens não requer mais que meio neurônio para ser compreendida). Lendo essas revistas deparo com cada barbaridade que é brincadeira e, preciso dizer, hoje foi a gota d’água: a ‘Women’s health’ desse mês me inventa de colocar logo na capa, em letras garrafais a chamada para a reportagem do século, ‘ BEIJO, CURSO AVANÇADO EM UMA AULA ARRASADORA’. Minha Santa Bicicletinha, como assim???? Minha filha, se você tem mais de 20 e ainda não aprendeu, esquece!!!!
                Juro que tive que ler a reportagem para ver o que de tão inédito poderia haver num beijo e, assim logo abaixo do título, vem a novidade do século: ‘ Amassos não são só para adolescentes. Eles podem recarregar sua vida sexual em qualquer idade’. NOSSA! É sério??? -.- Tipo, me estressou! Ou eles estão subestimando minha inteligência ou o meu desenvolvimento hormonal! Como bem disse o Vinicius, que tava do meu lado quando vi a reportagem (Sim, eu li durante uma palestra do CONPEEX): “Não existe fórmula mágica para essas coisas, isso se aprende com a prática.” E eu concordo! É fim de carreira ler o passo a passo de coisas que não podem ser encaixadas num roteiro ou padrão. Tenhamos senso crítico e discernimento: seguir os conselhos da matéria que defende o uso de probióticos e carboidratos complexos tudo bem, agora tentar enquadrar seu beijo, seu comportamento, sua dieta ou sei lá o que, ao que uma revista diz é muita falta de personalidade!
                Você não precisa necessariamente “beijar suavemente o lábio superior dele enquanto ele chupa seu inferior” ou “friccionar a língua em círculos pequenos e grandes”! Pelo amor de deus! Isso é instintivo! Parar para pensar no ângulo que seu dente vai ficar é brochante!  A dieta da Cleo Pires também não vai te deixar mais magra! É a dieta da Cleo Pires, não a sua! Tenha em mente que você é um ser cuja individualidade deve ser considerada! Viver não exige regras, ser feliz não se resume em 20 passos ‘arrasadores’ e ser outra pessoa não fará ninguém te amar.
                “Alguns arrepios, adicione novidade... quase lá”? pode até ser que funcione, mas só se for o fluxo natural das coisas. Leia revistas, veja novelas... mas ria de tudo, perceba quão ridículas certas coisas são. Filtre o que te serve e descarte o resto! A verdade é que você não precisa de guias ou roteiros, a vida ensina o iverbalizável e viver é muito mais do que pode ser dito ou pensado.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

E você já não me basta

E eu me lembro tão bem daquele dia, daquela semana, daquele mês.
Jamais esquecerei aquele desespero calado, aquele não saber como vai ser.
E eu me lembro tão bem de cada palavra, de cada ferida...
Jamais esquecerei aquele olhar confuso, aquele coração partido.

E quando você se foi, baby, me deixou marcada, me deixou sentida,
Mas não mudei por você, nem antes, nem depois e nem agora.
Quando você se foi, deixou rastros, espalhou suas migalhas para por ventura voltar
E eu sabia que voltaria, e sabia que tentaria, e eu sabia que me queria...
Mas baby, você me mudou ao partir... só não mudei por você, se mudei foi por mim...

Não perca tempo seguindo as migalhas,
O caminho já é outro, minha estrada se partiu...
E não, não mais me dói, não mais me afeta...
Tanto quis me mudar, que mudei... só não foi por você
E agora, baby, minhas necessidades são outras... e você já me é pouco.

Amizade não lhe nego,
Só não tente outra vez...
Ontem quando ligou, não reconheci sua voz...
O arrepio, o sentimento, o desejo... se foram...
Ficou você incompleto, insuficiente...
E fiquei eu inteira e repleta... transbordante de mim.



OBS: não! não é pro da 'gangorra'.

sábado, 16 de outubro de 2010

Gangorra


Sobe e desce
Desce e sobe
Hora no chão
Hora no ar
Sempre no ar...

E você faz de tudo uma grande brincadeira.
Sem saber quão sério é para mim.
E me põe nessa gangorra.
E me deixa de castigo.

Meus pés balançam sem alcançar o solo.
Te vejo daqui de cima, tão lindo, tão calado...
Ora olhando, ora sorrindo, sempre brincando.
E eu aqui... de castigo

Continuo esperando
E meu corpo já contesta,
E minha mente condena,
E minha alma exige...
... exige mais um pouquinho
Só mais um pouquinho e me vou...
Só mais um pouquinho e me fico...

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Não somos 'pavoas'

Estou num bloqueio criativo e de todas as coisas frustrantes que vem acontecendo essa é a maior de todas. Escrever é, sei lá, mais do que escrever... é um jeito de escapulir do mundo externo pro meu mundo interno, é minha maneira de canalizar energias excedentes... e preciso disso, uma vez que sou, sozinha, uma explosão de vontades e desejos.
O engraçado é que fiz recentemente um amigo que escreve as coisas mais incríveis que já li e ontem a noite ele me mandou um poesia perfeita e  fiquei morrendo de inveja por não conseguir escrever daquele jeito. Hoje conversando com ele sobre esse meu bloqueio repentino ele me disse para escrever sobre algo que aconteceu recentemente ou qlq coisa, e minha vontade foi responder: “vc me aconteceu!” pq a verdade é que ler o que ele escreve me faz querer ser capaz de colocar em palavras o que só me existe em pensamento.


Não somos 'pavoas'

Com os movimentos feministas muita coisa mudou: além da nossa inserção gradativa no mercado e luta por direitos iguais, houve, também, uma alteração profunda da dinâmica dos relacionamentos e padrões de beleza. O engraçado é que, querendo ou não, ainda não nos libertamos, e muitas vezes nem queremos, de certos costumes arcaicos. O que toda mulher busca é, se me permitem dizer, seu ‘macho alfa’, alguém que a proteja (nem que seja da lagartixa),  a acompanhe e, principalmente, a queira. Isso chega a ser biológico, ou alguém não sabe que é comprovado que no período da ovulação nos sentimos mais atraídas por homens com cara de Hooomem msm???
A questão é que, em nós, não é só o biológico que manda, a mulher humana fez o favor de complicar sua vida com essa história de sentir e pensar demais. Convenhamos que seria muito mais fácil ser que nem a ‘pavoa’ que escolhe o pavão de rabo maior e mais bonito! Mas nããããão, por sabe- se lá que droga de explicação acabamos nos apaixonando por um cara que, as vezes, nem é o mais bonito ou inteligente mas nos atrai de cima a baixo... Se fizéssemos que nem a ‘pavoa’ que escolhe dentre os que se exibem para ela seria muito mais fácil, mas mulher é bicho burro e sempre se interessa pelo pavão que tá cortejando a outra (FATO).
Pra piorar nossa vida, nos somos mais fortes e rápidas mesmo antes de virar feto... porque a única explicação pra só ter fêmea nesse mundo é a lerdeza dos espermatozóides Y! E depois reclamam da nossa insegurança, como não ser um pouco insegura com tamanha concorrência? A verdade é que super confiança hoje em dia chega a ser pretensão, porque com a difusão da chapinha, da maquiagem e do silicone tá todo mundo ficando bonita (poxa)!
Outra dificuldade está no fato de que muitas vezes, empacamos numa pessoa específica... e aí já era, porque o cara mais perfeito te liga pra sair e você fica lá manezona esperando quem nem te quer. E no final das contas, se sabemos disso tudo porque é que não nos rebelamos e mudamos tudo isso? A resposta é simples: não somos ‘pavoas’, somos humanas. Sentir e pensar é o nosso diferencial. Ficar com o macho mais atraente qualquer animal consegue, agora escolher aquele que nos complete em todos os aspectos, isso já é exclusividade nossa.


OBS: sim eu sei que a palavra 'pavoa' não existe e que pavão é substantivo epiceno... mas é que escrever pavão fêmea ia ser muito chato... =D

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Orai e vigiai


            Nos dias de hoje viver ingenuamente deixou de ser viável. De certa forma a malícia passou a ser um instrumento de auto- preservação. Não no sentido de levar tudo para o lado pejorativo e sim no de reconhecer que o pejorativo está arraigado em muito do que nos cerca. A verdade é que situações e pessoas jamais lembrarão a terra dos pôneis, cercada de cor- de- rosa, no paraíso das fadas... somos todos imperfeitos, cada um com suas fraquezas e defeitos, cada um com sua cota de podridão... afinal de contas, o pré requisito para aqui existirmos é exatamente essa necessidade de crescer e evoluir.
            Não me agrada isso de ser cartesiana, aliás, nem ao menos concordo com a visão maniqueísta das coisas. Na vida real não existe isso de bem ou mal, uma vez que somos todos uma mescla complexa de tais extremos. De certa forma todos deixamos, vez ou outra, aflorar nosso lado trevoso, mas é preciso ter em mente que uma coisa não justifica a outra. A treva fazer parte de você não lhe dá o direito de usá- la, no meio do caminho tem uma coisa chamada moral. O problema é que entre anomia, heteronomia e autonomia, muitos de nós empacamos no segundo termo ou, simplesmente, deixamos de fazer uso da ética.
            Viver crendo na bondade e consideração de terceiros será sempre decepcionante... ninguém é mal, mas, também, ninguém é bom e, portanto, o tal do pé atrás é o caminho mais seguro. Não acho que devamos perder a fé nas pessoas, existe muita coisa boa a ser descoberta nessa nossa trajetória. Mas tenha em mente que, não basta orar, também é fundamental vigiar o que nos cerca. Sim, ‘Orai e vigiai’, mas não deixe que nada disso apague a beleza a sua volta... as pessoas surpreendem e surpresas boas não são assim tão raras, basta querer ver.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

aniversário!

Hoje é meu aniversário!
VIVA EUUU!!!!!

Provavelmente deveria escrever alguma coisa importante... ou qual foi a grande epifania do meu dia...
mas sinceramente a única coisa que me vem em mente é a gratidão pelas pessoas maravilhosas que me rodeiam. Não sei o que seria de mim sem cada um dos meus amigos ou parentes... cada um de vocês... ai droga, já to chorando de novo... não vou conseguir escrever... =x

Enfiiiim:
Gente, a festa surpresa e o mural de post it me emocionaram mt, de verdade!
As mensagens, os telefonemas, os recados, os e mails, as bonequinhaaaas *-* ... tudo isso me mostrou a sorte que tenho!
Amo todos vocês e muito obrigada por fazerem da minha vida uma vida.
Bem... pode até ser clichê, mas não posso deixar de dizer que não sei o que seria de mim sem vocês! Obrigada por fazerem meus dias tão maravilhosos!
=****

OBS: todo mundo fica me desejando homens... meu deus! será que eu sou tão encalhada assim?!?! socorro!!! kkkkk

OBS²: 20 anos! To ficando velha! =s


(prometo escrever algo mais legal depois...)

terça-feira, 5 de outubro de 2010

A primeira vez a gente nunca esquece

            Lá estávamos eu e ele, frente a frente, nos encarando atônitos. Silêncio absoluto e eu sem saber o que fazer ou qual o melhor jeito de usar minhas mãos. Olhava para ele desesperada como que implorando que pelo amor de deus facilitasse minha vida, me desse um sinal... qualquer coisa! Mas nããão, nem isso ele fazia.
            Sabia que estava nessa sozinha e seguia me movimentando sem a menor habilidade. Mas nada do que eu fazia parecia dar certo, ele continuava ali na minha frente, indecifrável, impenetrável e com aquele eterno ar enigmático. Minha paciência se esvaia, puxava na memória as dicas da minha prima mais experiente, mas nada, nenhuma tática, parecia dar certo. Tava quebrado, tinha que ser essa a explicação! Olhava para ele me perguntando o que estava fazendo de errado, por dentro gritava ‘reageeee meu filho’ e nada!
            Já não sabia se valia a pena insistir, talvez fosse melhor ir ler um livro ou pesquisar dietas na ‘Boa forma’... qualquer coisa seria mais proveitosa! Quando penso que não, sobe a plaquinha e em luzes brilhantes os dizeres “Download finalizado”. Siiiiim, eu conseguira! Sentia o poder, a invencibilidade,  eu era foda demaiiis! Sozinha! Tinha baixado uma música sozinhaaaa!!!! Agora só restava descobrir onde diabos as coisas baixadas vão parar! =s  E de novo, lá estávamos eu e ele, frente a frente, nos encarando atônitos.

sábado, 2 de outubro de 2010

Depilação cavadinha



Juro que queria saber quem foi o infeliz que teve a brilhante idéia da depilação com cera quente. Não... é sério, fico puta da vida com uma coisa dessas... já pararam para pensar nas coisas às quais uma mulher se submete? Só a preocupação com depilação já abrange, no mínimo, sobrancelhas, buço, axilas, pernas, coxas e, principalmente, virilha. Puts, a virilha é a pior de todas... pense numa coisa doída e eleve à oitava potencia. Agora pegue essa dor e imagine  ela associada a uma meleca grudenta, quente, feita de mel e aplicada, por outra pessoa, nas suas partes íntimas... pronto, você tem uma noção muito muito muito remota do que é passar por isso. O pior de tudo é que vira uma necessidade! Quem acostuma a depilar não consegue ficar sem e quem não acostuma também não... porque o que não dá é ter sua preciosa com o aspecto de yorkshire... nããããão mesmo!
A primeira depilação cavada é um marco na vida de qualquer mulher, afinal, quando você sai daquela salinha sua única certeza é a de que dali para frente qualquer dor é suportável. Aliás, devemos a esse procedimento a preservação da espécie... afinal que mulher aceitaria um parto sem antes descobrir sua hercúlea capacidade de suportar o insuportável? Não muitas, provavelmente.
A minha primeira experiência com isso de depilar a virilha foi um tanto quanto traumatizante, afinal, nem minha mãe, nem qualquer alma caridosa fez o favor de me preparar psicologicamente ou fisicamente para aquilo... um belo dia eu, menina ingênua de 14 anos, decidi que ia me livrar daquela floresta negra e assim o fiz. Como já depilava com cera a alguns anos, sabia que ia doer, mas não tinha noção da intensidade!
            Quando cheguei fiquei surpresa por descobrir que tinham ‘penteados’ para as partes baixas! Sério mesmo, você podia escolher o modelo da depilação...  Nunca tinha pensado que ia ter quer decidir isso e acabei ficando com a opção mais convencional mesmo. Quando entrei na salinha a moça já me mandou tirar a roupa e deitar... nunca gostei disso de ficar pelada com outra mulher, mas era o jeito né... e lá estava eu naquela maldita posição de exame ginecológico esperando começar.


          Com a cera quente em mãos, a moça me pergunta se eu queria cava funda ou não, e eu lá sabia o que diabos era ser funda??? Acabei falando que podia ser, afinal, quanto menos pêlos ficassem melhor seria... mal sabia eu que pedir cava funda envolvia os lábios vaginais e a parte de trás (sim, é o que você está pensando... até o traseiro tinha entrado na história!). Para começar o procedimento ela passou o tal do talquinho e já foi metendo a cera... nossa véi, até passar a cera na virilha dói, porque vai puxando os pelinhos de tal forma que te deixa angustiada e receosa (em geral, é aí que você se pergunta porque diabos não ficou em casa vendo TV).




           Cera passada e paninho de tnt grudado, era a hora da pior parte de todas. Me lembro de me segurar na lateral da maca, já arrependida por estar ali... contorcia os dedinhos dos pés, respirava fundo e até tentei contar até três... mas no um e meio já era! Puta merda, ela puxou com tanta força que achei que ia arrancar meu ovários junto!!! Doeu tanto que eu queria xingar até a oitava geração daquela torturadora...! Tipo, a tal mini- hittler não demonstrava a menor piedade, eu nem tinha me recuperado e ela já vinha com outra mão de cera. Eu queria chorar, sair dali e nunca mais voltar, quem sabe virar hippie e viver feliz com meus pêlos... mas nem tive tempo de confabular um plano e ela já puxava de novo, e de novo, e de novo! Eu queria morrer.
            Mas o pior ainda não tinha chegado! Mal sabia eu que a região do monte púbico era a pior de todas... quando ela puxou ardeu até minha alma, chega saiu sangue dos meus poros... dessa vez eu xinguei alto! Não dava para guardar aquele ódio dentro de mim! A mini- hittler ficou lá olhando pra minha cara e eu morrendo de vontade de mandar ela ir praquele lugar, pegar minhas roupas e sair dignamente. Mas não fiz nada disso, já tinha começado iria terminar!  
            Àquela altura todos os meus músculos estavam contraídos de dor e a mulher ficava falando ‘ se você não relaxar vai doer mais’, filha duma mãe! Queria ver ela relaxar naquela situação. Minutos depois eu fiquei branca (mais do que já sou) de horror... ela disse com a maior naturalidade: ‘pronto, agora vira de lado e coloca a perna de cima dobrada na vertical’... o que diabos aquela mulher ia fazer minha santa??? Quando senti a cera na parte de trás não acreditei! Porque ninguém tinha me avisado que cava funda era aquilo??? Eu queria um buraco para enfiar minha cabeça... aquela era a posição mais humilhante do mundo! A sorte é que aquele é o lugar que dói menos... foi até bem tranqüilo... aliás se você quer uma dica: depile cava funda sempre, afinal, se vai abrir as pernas, faça logo tudo o que tem direito! (Fora que é muito mais higiênico.)
            Quando achei que tinha acabado a mulher me vem com uma pinça tirar os pelinhos restantes. Aquilo sim era sacanagem! Um por um é golpe baixo!!! Depois disso era só aparar o que sobrou (no modelo escolhido) e pronto! Quando levantei as pernas chega estavam bambas. Tava toda vermelha e alguns lugares ainda sangravam um pouquinho... só que ao virar pro espelho e olhar a preciosa, percebi que tinha valido a pena: tava liiiinda!
            No final das contas a tal da depilação cavadinha é sim uma tortura e dói absurdamente... mas como vale a pena! Ter que voltar todo mês é um sacrifício imenso mas sua preciosa (e namorado) agradecem! E convenhamos, nada é melhor que sair do banho olhar no espelho e pensar... éééé, eu me pegava! shausauhsua