sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Eu te amo

Aos seis anos eu quebrei um galho da sua roseira enquanto brincava de bola, nunca vou esquecer a cara de brava com a qual você me olhou. Aos oito cortei meu pulso na vidraça do barracão, corri até você pingando sangue na casa toda e chorando... gritei quando passou arnica, lembro da ardência, mas lembro mais da sua cara de preocupação. Aos onze tive diagnóstico de diabetes e jamais esquecerei sua postura calma de tudo vai dar certo. Aos quinze te contaram que eu tinha namoradinhos e como me olhou gozado com aquela expressão espantada. Aos dezoito passei no vestibular e nunca me esquecerei do seu orgulho evidente.
Todos sempre me dizem como sou parecida com a senhora... mesmo cabelo liso, mesma personalidade forte. Mas não creio que consiga um dia ser tão maravilhosa quanto você. E me sinto tão culpada por nunca dizer isso, tão culpada por ter as mãos atadas diante de tudo. O laço rosa no meu ombro é para você... uma homenagem pequena às suas grandes vitórias. Não sei se seria capaz de passar por tudo o que já passou... mas sei que, se fosse o caso, sua mão estaria estendida para mim.
Venho assistindo sua batalha, estou vendo seu cansaço. Me contaram da sua dor...  me disseram que não tem muita coisa a ser feita.  E isso tá me matando. Eu que sempre reclamei de ter que fazer tudo, agora me desespero com a idéia de não poder fazer nada. E eu te amo tanto, mais tanto... eu to com tanto medo... Não sei lidar com isso, só sei que eu te amo, vó... Vó, eu to aqui.

domingo, 21 de novembro de 2010

Seguia

Definitivamente havia algo diferente. Dentro de si uma leveza de alma, uma calmaria agitada... Andava sem pressa, equilibrando- se no meio fio. Braços abertos, um passo de cada vez... melhor demorar que cair no caminho. E aquela trajetória lenta não mais a torturava, a brisa era sua, o ar era seu e fechava os olhos, ciente de que não precisaria ver para sentir aquilo que sinestesicamente a rodeava.
E ela, que tanto falava, tanto escrevia, surpreendia- se com o iverbalizável... naquele muito a ser dito e pouco a ser falado. Seguia desajeitada, se equilibrando no meio fio... olhos fechados, braços estendidos... seguia. Um passo, outro passo e a possibilidade da queda. Mas se caísse, pensava, ainda sentiria a brisa e ainda teria o ar.

sábado, 13 de novembro de 2010

Esquecer

Machado de Assis disse: “A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa apagar o caso escrito.”
Pode ser muita petulância da minha parte, mas sou obrigada a discordar. Não existe isso de esquecer. Não tem como apagar as marcas que algo ou alguém deixa. Escrever uma história sobre outra, simplesmente não é possível. Querendo ou não nosso cérebro é um emaranhado de neurônios complexamente conectados e nossas lembranças ficam ali, latentes. Basta um cheiro, uma musica, um lugar (ou até mesmo um ingresso de cinema que você insiste em não tirar da carteira) para ativar a maldita (ou bendita) sinapse que te transporta para determinado momento biologicamente e psicologicamente eternizado.
Dizem que esquecer é uma necessidade, mas não creio que seja verdade. Acontecimentos, bons ou ruins constroem aquilo que somos e aquilo que nos tornamos. O esquecimento nesse sentido seria um passo no caminho oposto ao do crescimento e amadurecimento. É óbvio que também não dá para ficar constantemente remoendo o passado, o que quero dizer é que não podemos desconsiderar a importância de nossas experiências, sejam elas indolores ou não.
O melhor jeito de superar não é esquecer e sim mudar o foco. Assim, quando eventualmente  a sinapse for ativada, a dor de outrora já será mais amena, respirar não será tão difícil e chorar nem será cogitado. Apagar o passado é impossível... mas passado é passado, portanto, deixemos que passe. E se, no final das contas, sua conclusão for que não quer esquecer, não quer mudar o foco, não quer deixar passar: relaxa, o futuro é seu e você determina o que vale ou deixa de valer a pena.

domingo, 7 de novembro de 2010

Satisfações

18/11 Cervejada NUTRI-CONTÁBEIS no DCE do campus II da UFG.
                                        ( a partir das 17hrs)
  Entrada franca... muita cerveja antártica, música e mulher bonita! Não percam.



Sempre soube que acabaria onde e como estou. Por mais que uma esperancinha besta me detivesse, no fundo eu sabia... e a lição que fica é não perder tempo com esperas ou esperanças... Sei que é horrível, mas jamais serei tão tola novamente e o pior é que me conheço o suficiente para saber que consigo ser fria e racional se decidir por isso... Não vale a pena. Nada disso vale a pena.
Não sei de onde vem essa minha necessidade de apertar o botão de auto- destruição. Não entendo minha fascinação por suicídios. E cá estou eu, um pouquinho menos viva e tentando me recompor. Sei que amanhã vou levantar com os olhos ardendo e pegar na gaveta meu melhor sorriso, usar talvez uma boa piada e seguir minha vidinha medíocre. Sei que se sair com meus amigos vou dançar e brincar, como se nada tivesse acontecido. Mas também sei que quando for no banheiro retocar a maquiagem vou enxugar uma lagrima ou outra, antes de arrumar o decote e sair sorrindo no meu salto 12. Sei de tudo isso, conheço meus mecanismos.
Daqui pra frente somos eu e a mim. Não quero mãos, não quero ajuda... chegou a hora de me salvar... chegou a hora de entender que não se vive de sonhos num mundo de realizações. Talvez isso me custe muita coisa... sem sonhos, sem poesia. Não vou deletar esse blog, porque... ããããã... não sei como deletar o blog (sim eu sou uma ameba com computador e internet)! Mas também não vou deletar porque espero que sooner ou later volte a ter ânimo para contar como o fecho do meu sutiã abre em momentos inoportunos ou quão idiota fui por pensar que conseguiria ser ordem num universo de entropias. Enquanto isso, tenho muito a fazer... o mundo não vai parar para esperar a lenta cicatrização das minhas feridas... e antes que  a Dany enfarte: sim, eu vou postar outras coisas o quanto antes, nem que seja algo do tipo ‘meu dia foi uma droga’.

ps: não precisa me perguntar ‘q q foi?’... sei quem gosta de mim e sei que estes se importam... não quero ser mal educada... portanto, não pergunte... eu não vou responder.
(quer me deixar feliz? vai na cervejada dia 18/11 kkkkk)

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Estrela



E foi correndo buscar o céu. Uma estrela, precisava de uma estrela... um pedido pelo amor de deus! Os olhos inchados mal conseguiam mirar a escuridão. Em meio ao breu, nuvens e mais nuvens e não, nem ao menos um ponto brilhante iluminava o horizonte. Sem lua, sem estrelas, a noite estava só, just like the girl.
Contrastando com o silêncio reinante, em sua cabeça mil e uma vozes, mil e duas lembranças, mil e oito agonias. Cenas passavam em flashs, numa rapidez entorpecente e desesperadora.  Sentidos aguçados iam sinestesicamente pregando peças, sentindo aquilo que não deveriam ou poderiam.
E agora? O que faria? Não havia plano B. Acontecera tão depressa... Se sentia engolida , aterrorizada com a idéia de prosseguir , atordoada com a de permanecer. Os olhos  cansados vasculhavam incessantemente o céu enegrecido. E finalmente, lá estava, uma pontinha de luz cintilante. Olhos serrados e então uma lágrima vazada... não conseguia pedir outra coisa, tudo o que queria era o tal do inacessível. E como a estrela era sua, o pedido era seu, o vazio ecoava nela e em mais ninguém... então que pediu o de sempre, por uma última vez...


Flinch- Alanis Morissete

“What are you, my air? You affect like you are my air.”

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Pirâmide e foras

            -.-


É muito fácil encontrar a pirâmide acima pela internet, por isso tomei a liberdade de fazer a versão feminina (por favor, não julguem minhas habilidade no paint, sou péssiiiiiima e juro que não consegui centralizas essas letras =/ droga!):

Considerações finais:

A pirâmide é, obviamente, uma brincadeira. Não podemos, nem devemos categorizar as pessoas como se fossem filmes de locadora (“esse é terror, esse é drama, aaah esse é romance”). Coloque- se no lugar do outro e trate- o como gostaria de ser tratada. Não querer ficar ou ao menos conversar com alguém não dá o direito de ser mesquinha, mau educada e, muito menos, cruel. Não julgue uma pessoa de cara, o menino mais legal dificilmente é o deus grego, de barriga de tanquinho, conta bancária gorda e carro do ano que você secou a noite toda. Seja legal com quem quer que seja, dê uma chance para ele falar, você pode se surpreender e se no final das contas ele for mesmo um idiota, desvie e saia com classe (assim, é claro que você não vai dar conversa pro imbecil que quer conversar com as mãos em você ou que nem tenta estabelecer um diálogo!).
Se não gostamos de ser tratadas como objetos, não devemos tratar ninguém como tal. Além do que nada impede que comece uma nova amizade. Quando se é educada e gentil com os outros, os outros acabam sendo com você. E só mais uma coisa, meninas, pelo amor da coca zero: parem com isso de ficar fazendo doce a noite toda! Um charminho até que vai, mas até eu fico irritada com amiga que fica nesse lengo lengo, imagina eles! O coitado já teve o trabalho de ir até você, conversar, tentar de conquistar... não tem porque ficar ‘mexicanizando’. Minha santa periquita né, ninguém merece! Juro que a próxima menina que fizer isso do meu lado eu empurro logo pra agilizar o processo. E meninos: tem hora que não é não, é estressante quando não saem do seu pé mesmo depois de vc ter dito que não quer e, por favor, nada de ‘porque não?’... nem sempre há um porquê e quando ele existe você não vai querer ouvir.